Cada fase da vida é única, com suas características e particularidades. Não é normal ou esperado que o idoso tenha depressão.
Como vimos ao longo deste mês de setembro, a depressão é um transtorno sério e complexo. E é comum que seus sinais e sintomas se mostrem de maneiras diferentes em cada fase da vida.
Quando desconfiar que o idoso pode estar com depressão?
- Sentir-se inútil ou sem valor, sentir-se “um peso” para os outros
- Angústia sobre o futuro
- Medo intenso da morte
- Amargura – não, isso não é “normal” para a idade!
- Dores no corpo sem motivo, incluindo dores crônicas
- Fala apenas do passado, como se no presente não restasse nada de bom
- Dificuldades de atenção e de memória
- Distúrbios de sono, em especial a insônia ou o despertar precoce
- Atenção especial às reações do idoso que recebeu algum diagnóstico grave
- Depressão é fator de risco para doenças cardiovasculares, atenção!
- Falta de cuidado consigo mesmo, inclusive colocando-se em situações de risco (ex. atravessar a avenida sem olhar)
- Em idosos também pode haver risco de suicídio
Cuidado com rótulos!
Não confunda características da depressão com as características da pessoa. Evite rótulos e não permita que digam esse tipo de preconceito ao seus idosos. Além de desrespeitoso e degradante, podem ocorrer pioras no quadro e resistência ao tratamento.
O idoso com depressão não é:
- Difícil
- Teimoso
- Ranzinza
- Amargurado
- Frustrado
- Não “ficou gagá”
- Não vive no passado
- Não é “falta do que fazer”
Não é esperado ter depressão nessa fase da vida!
Não é “normal para a idade”.
Não é jeito dele(a).
Não é apenas saudade da juventude.
Não é só vontade de receber atenção.
É um transtorno mental sério, que pode se tornar grave, com risco à vida. E tem tratamento!
Se inspira na dica: prevenindo depressão em idosos
- Compartilhem momentos agradáveis, estejam juntos de verdade, apreciando a companhia uns dos outros
- Incentive seus idosos a se envolverem em atividades sociais que gostem: visitar ou sair com amigos e familiares, ir ao cinema, ao teatro, à praia, participar de grupos de estudos, aprender um novo idioma, participar em grupos religiosos, grupos de terceira idade…
- Ofereça atividades que tragam estímuo cognitivo, como leituras, conversas, palavras cruzadas, jogos, organizar o orçamento de casa, a lista de compras…
- Estimule a aprender algo novo. Aprender é importante ao longo da vida inteira, pois ajuda a manter nosso cérebro ativo e “ágil”. Vale qualquer coisa que a pessoa se interesse, como idiomas, filosofia, trabalhos manuais, história da arte, fotografia, aquarela, escrita criativa, construir sites na internet, investimentos…
- Atividade física e um estilo de vida saudável
- Cuide do sono – aprenda como aqui
- Nunca infantilize! Isso reforça aquele sentimento de não ser útil, de ser incapaz, e não é nada disso, certo? Idosos são adultos. Então trate-o como adulto, sem falar no diminutivo, sem voz de criança…
- Adapte o ambiente para prevenir quedas. A queda pode trazer complicações físicas, cognitivas e emocionais nesta fase da vida. Isso é tão grave que ter sofrido uma queda é um dos fatores que separa o envelhecimento saudável do envelhecimento com potenciais dificuldades de saúde física e mental.
- Ofereça sempre autonomia com segurança, evite fazer por ele coisas que ele consegue fazer. Sempre pressuponha independência.
Lembrando sempre…
Nos idosos, o diagnóstico precisa ser ainda mais cuidadoso, pois é comum que a depressão cause algum tipo de sintoma cognitivo, como dificuldades de memória, que podem ser facilmente confundidas com quadros de Alzheimer ou de outros tipos de demências. Por isso, é muito indicado realizar avaliação neuropsicológica.
Depressão tem tratamento e, seguindo certinho, mesmo os sintomas mais preocupantes como os cognitivos e aqueles desconfortáveis como as dores físicas, podem desaparecer. Tem jeito, sim!
Quer citar este texto no seu trabalho? Legal! Pode citar assim:
CARUNCHIO, Beatriz Ferrara. Sintomas de depressão em idosos; Inspirati Soluções em Saúde Mental, 2022. Disponível em: <https://inspiratisaudemental.com/2022/09/23/sintomas-de-depressao-em-idosos/> Acesso em 29 de setembro de 2022