Como vimos ao longo deste mês de setembro, a depressão é um transtorno sério e complexo. E é comum que seus sinais e sintomas se mostrem de maneiras diferentes em cada fase da vida.
A criança nem sempre sabe identificar e expressar aquilo que sente com a mesma assertividade de um adulto. Quando surge a depressão, essa situação se torna ainda mais complexa, fazendo com que a criança se sinta fragilizada e vulnerável, mesmo em meios que deveriam fazer com que ela se sentisse segura, como a família e a escola – que precisam cuidar, apoiar e transmitir confiança.
Quando desconfiar que a criança pode estar com depressão?
- Não tem amiguinhos
- Deixa de brincar
- Perde o interesse por aquilo que gostava, inclusive por brinquedos e passeios (não confundir com momentos de crescimento, em que a criança deixa de lado brinquedos e atividades de fases anteriores, substituindo-os por outros brinquedos e atividades de uma fase um pouco mais madura)
- Chora “por tudo” ou aparentemente sem motivo
- Passa a ter muitos medos
- Apática, não fica agitada, fala pouco, “não dá trabalho” (dificilmente isso é algo bom como as famílias imaginam, afinal, o esperado é que uma criança saudável brinque, se expresse, seja curiosa…)
- Pode expressar desconfortos através de sensações corporais: dor de barriga, de cabeça, no corpo… seja por realmente sentir esses sintomas, seja por não ter tanto conhecimento sobre emoções e não saber identificá-las, focando na sensação corporal ligada aos estados emocionais
- Cuidado especial com a fase em torno dos 6 anos: a criança começa a entender ideias um pouco mais abstratas, inclusive a ter noção de morte. Com isso, a partir deste momento, existe maior risco de ideação suicida.
Ter depressão durante a infância não é apenas sobre algo que aconteceu e passou. É uma doença que marca o desenvolvimento dos pequenos. Por isso, é fundamental que essas crianças recebam cuidados profissionais, para reduzir esse impacto e evitar que se torne algo crônico.
Cuidado com rótulos!
Não confunda características da depressão com as características da criança. Evite rótulos e não permita que digam esse tipo de preconceito aos seus pequenos. Isso marca a noção de si mesma e a autoestima da criança num momento importante do desenvolvimento.
A criança com depressão não é:
- Birrenta
- Chorona
- “Bicho do mato”
- Medrosa
- Quietinha
- Tímida
Se inspira na dica: prevenindo depressão em crianças
- Ensine a criança a reconhecer suas emoções – dê nome ao que ela sente, explique o que é
- Permita que a criança se expresse: seja na fala, no choro, desenhando, nas brincadeiras…
- Combater o bullying
- Prevenir negligências e abusos: ensine-as a perceber atitudes que não podem acontecer e a contar para os pais ou um adulto de confiança, caso aconteça
- Cuidado com conflitos familiares, criança entende, sim!
- Nunca “adultize” sua criança. Ser maduro para a idade não é um elogio. Criança não precisa ser madura!
Lembrando sempre…
É muito importante que a família esteja envolvida no tratamento da criança. Isso inclui buscar cuidados profissionais, mas também promover um ambiente familiar tranquilo, que favoreça esse tratamento e dê confiança, inclui também mudar o estilo de vida, pensamentos e comportamentos da família. Tem jeito, sim!
Quer citar este texto no seu trabalho? Legal! Pode citar assim:
CARUNCHIO, Beatriz Ferrara. Sintomas de depressão na criança; Inspirati Soluções em Saúde Mental, 2022. Disponível em: <https://inspiratisaudemental.com/2022/09/20/sintomas-de-depressao-na-crianca/> Acesso em 28 de setembro de 2022.