Seguindo seu próprio ritmo

Nunca entendi muito bem a pressa do mundo. Entrar na faculdade aos 18, formar aos 22. Casar até os 25. Conquistar não sei o que antes dos 30 anos. Ter que ser assim ou assado até certa idade ou ter que desistir de sonhos e projetos depois de chegar à certa altura da vida. Ter que mostrar que é proativa. Dinâmica. Antenada. Sendo que quando a vida aperta, não é nada disso que segura a gente.

As coisas acontecem no seu próprio tempo. Cada coisa tem um ritmo. A natureza, o mundo, as pessoas… Sempre achei que a maior parte dos conflitos e até do estresse, no fundo, é sobre como percebemos o tempo. Sobre não saber corresponder ao tempo das coisas, ao ritmo do outro. Ou, talvez, seja sobre não saber aceitar o próprio ritmo.

As rosas de inverno são preciosas porque desabrocham antes do tempo, quando tudo parecia estar adormecido. Mas nós não somos rosas, e a maior prioridade da vida de cada um é se cuidar e se fazer feliz. Sem correria, sem se pressionar além do necessário. Sem medos. Sem aceitar pressões desnecessárias dos outros. Sem transformar a vida numa lista de tarefas a cumprir.

Não tem como saber qual é o tempo dos outros, mas dá muito bem para sentir qual é o nosso tempo e respeitá-lo. Basta parar por um momento e olhar ao redor. Algumas rosas só desabrocham depois de todas as outras. Depois que ninguém mais esperava, talvez nem elas mesmas. E ninguém pensa nessas rosas como atrasadas ou lentas. Ao contrário, muitas vezes essa ousadia de seguir o próprio ritmo só engrandece a situação. A coragem de seguir os próprios caminhos. O tempo das coisas não deveria ter mais destaque que o desabrochar.

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