Ficar apreensivo antes da primeira consulta de psicologia ou de neuropsicologia é muito mais comum do que as pessoas imaginam. E isso é super compreensível. Afinal, muita gente ainda olha para a área da saúde mental com base em ideias erradas, que infelizmente ainda escutamos por aí: “é coisa de louco, vai parar no hospício!” E mesmo sabendo que não é bem assim… o que será que vai acontecer? O que o profissional vai fazer ou perguntar?
Como nós da Inspirati não gostamos de ver ninguém perder o sono, preparamos este post com os bastidores. Vamos desmistificar esse negócio agora!
Como devo me comportar na primeira consulta?
Sendo você mesmo. A gente sabe que pode ser difícil estar nesse lugar – a cadeira no paciente. Estamos acostumados a ter primeiras consultas com os nossos pacientes mas, ao mesmo tempo, entendemos que você só passará por uma primeira consulta desta vez. E é compreensível que você talvez esteja nervoso, apreensivo ou simplesmente não saiba o que esperar deste momento.
Por isso, não precisa tentar “passar uma imagem”. Afinal, um dos maiores objetivos da primeira consulta é que a gente se conheça melhor. E a melhor maneira de conhecer alguém é conversar e perguntar, certo? Por isso, além de ouvir você contar o motivo de ter marcado a consulta, vamos fazer uma entrevista clínica chamada anamese.
O que é anamnese?
É um questionário longo e detalhado sobre você. E isso geralmente inclui:
- Seus sintomas e queixas (quais são, quando e como começaram, como você tem lidado com eles…)
- Dados sobre sua saúde física e mental
- Sua rotina
- Sua história de vida e dados sobre a sua família
- Alimentação
- Sono
- Outros tratamentos que fez ou faz
- Se você já tem algum diagnóstico
- E mesmo se veio por suspeitar de ter algum diagnóstico – é muito legal informar isso para o profissional, hoje em dia, graças ao acesso a informação, é bem comum ter pacientes que nos procuram dizendo algo como “vi um post sobre depressão percebi que tenho alguns sintomas” ou “vi uma reportagem dobre autismo e me identifiquei, por isso vim investigar”
- Você também pode ficar à vontade para mencionar qualquer outro ponto que a gente talvez não tenha perguntado, mas que você queira dizer
Lembre-se: para um bom tratamento ou avaliação, precisamos te conhecer bem. Por isso, quanto mais detalhes e informações você trouxer, mais assertiva será esta etapa.
Vamos além das informações ditas
Calma, ninguém aqui é vidente! O que queremos dizer é que a gente também repara em outros detalhes. Por exemplo:
- O jeito como você organiza e expõe suas ideias
- Seu tom de voz
- Expressões faciais
- Postura do corpo
- Como você interage com a gente, ou seja, como escolhe estabelecer esta relação – como se mostra, em qual papel se coloca e nos coloca, etc.
- O que escolhe dizer ou omitir
- Assuntos aos quais dá mais ênfase e aqueles que prefere evitar
Por isso, o mais importante é ir à primeira consulta de “coração aberto”, ou seja, sendo você mesmo da forma mais natural possível, do jeitinho que é fora do consultório.
Lembrando sempre que:
Tudo o que você disser para a gente estará protegido pelo sigilo profissional, isto é, nenhum profissional irá expor você por aí.
Além disso, o profissional deverá agir com ética, empatia e respeito por você, pelas suas queixas e pela sua história.
Ah, e ninguém está aqui para julgar, nem para “apurar os fatos”! Afinal, escolhemos cuidar.
Quer citar este texto no seu trabalho? Legal! Pode citar assim:
CARUNCHIO, Beatriz Ferrara. Primeira consulta: o que esperar?; Inspirati Soluções em Saúde Mental, 2022. Disponível em: <https://inspiratisaudemental.com/2022/09/17/primeira-consulta-o-que-esperar/> Acesso em 19 de setembro de 2022.
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